domingo, 3 de fevereiro de 2013

ROUPA SUJA LAVA-SE NO COLETIVO.


   

Mudou  o  conceito  de  privado  e  público. Há muitos e muitos  anos as  coisas  privadas  mereciam, sigilo, sensibilidade cautela; mas  isto  faz  parte  de  um  passado  muito  remoto. Alias  tem  gente  que  nem  acredita que  as  coisas    foram  assim  algum dia. O telefone  fixo  que    fez  a  alegria   de  muitas  pessoas,  hoje  seu  uso  é um tanto  quanto  restrito  e  arcaico.  Porque  temos  o  telefone  sem  fio,   e o  celular,  o qual  é  extensão  da  nossa casa. Objetos  da  era  ultramoderna.  Quando  apareceu  o  celular  as  poucas  pessoas  que  tinham  acesso a  ele, ficavam constrangidas  a  atendê-lo  em público, tinham  vergonha de  parecerem  arrogantes  e diferentes,  receio  de  que  alguém  pudesse  ouvir  aquela  confidência  que  ela  estava falando  a meia voz.  O  uso  do  celular  expandiu. As pessoas ficaram  mais  expansivas. Utilizam  o  celular  em  quaisquer lugares  e  da  forma  que  mais  lhes  convém, mesmo  que  constranja  alguém.  Alias  os  incomodados  que se  mudem,  ou  que  dêm  um  tempo para  que  a pessoa  não  seja  incomodada,  e  fale  em  alto  e bom  tom tudo  que  tiver  vontade..
Nos  transportes  públicos o uso  do  celular   tornou-se  ilário  fala-se   de  tudo  que  se  tem  vontade,  e   daí?  Qual  é   o  problema   de  compartilhar   aos  usuários   do  coletivo  aquela  transa  mal  sucedida num  motel  de  terceira. Confessar a participação  em  um  crime, ditar  a  senha  e  contra senha  da  sua  conta  bancaria, número  do  cartão  de  crédito  e  até   os  dígitos  de  segurança. Fala de  onde  vem  para  onde  vai,  e  até  confessa que   o  funcionário   xis   a   empresa  ypsilon,   será  demitido.   Informa  ao   interlocutor  ou    interlocutores   que    emprestou  o  carro  para  que  um  “camarada”   pudesse   desovar  uns  “bagulhos”, e  por  isto hoje  está  usando  o  “busão”.  Mas   que   detesta  esta   gente   mal  cheirosa, e  sem  educação. Sem   educação? Quem  é   mesmo  sem   educação  e sem ética?   Os pacíficos e passivos passageiros que ouvem  tantas  asneiras; ou  quem  fala alto tirando o sossego dos  cidadãos que  já não tem mais  direito de terem  direitos?
Tempos  modernos  ética  e  educação  são  artigos  de  luxo.

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